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As Startups, os empreendedores e os “Recursos dos Deuses”

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As Startups, os empreendedores e os "Recursos dos Deuses"Pouco tempo atrás tínhamos muito mais projetos do que recursos disponíveis para financiar negócios inovadores. Hoje são muitos prêmios, investimentos, subvenções, financiamentos e fundos à disposição dos empreendedores, sejam eles de bancos, governos, grupos privados e iniciativa particular. São investidores: Angel Money, Seed Capital, Venture Capital e Private Equity. São tantos recursos e disponibilidade que os empreendedores estão se tornando especialistas em plano de negócios, “planilheiros”, “orçamenteiros” de despesas e projeções de faturamento. Em 2010, somente no Brasil foram investidos US$ 3,1 bilhões.

Claro, apesar do dinheiro não ser fácil de conseguir e precisar passar (quase sempre) por uma banca de analistas e técnicos competentes, muitos desses negócios “apoiados” não chegam ao mercado. Justamente porque os empreendedores passam a sobreviver apenas destes recursos arrecadados pelos projetos que conseguiram aprovar e alguns se acomodam. Então, em pouco tempo lá estão eles de novo apresentando projeto para novos aportes ou para uma nova fonte de recursos.

Para qualquer investimento deveria ser obrigação a geração de caixa mensal mais imediata (mesmo que pequena ou insuficiente). Vejo a geração de receitas como um dos requisitos principais para financiamentos de startups, já a partir do seu primeiro momento, protótipo ou versão.

O ideal e o propósito do empreendedorismo[bb] estão ficando de lado. Na minha opinião, um empreendedor deve buscar recursos para colocar seu plano em ação e nunca para se acomodar (mesmo que não seja intencional).

Obviamente que as pontas negam esta afirmação. Se perguntar para os fundos, será difícil concordarem com o fato de estarem investindo apenas em planilhas; se perguntarmos para os empreendedores, eles vão dizer que “não”, que “estão focados em fazer o negócio acontecer”. Como investidor anjo, com a experiência de ter investido em vários projetos, posso afirmar que se não for bem amarrado o acordo, acontece exatamente isso que estou dizendo.

Pensando nisso é que minha proposta como investidor[bb] para entrar em um novo negócio, apresentado por um empreendedor, tem alguns pré-requisitos. Veja se você concorda com eles:

  • Brilho nos olhos;
  • O empreendedor do negócio tem que ser o próprio desenvolvedor do projeto;
  • Entro no máximo com 40% de participação;
  • Ter condições de se sustentar independentemente do negócio;
  • Payback máximo de 3 anos, mas a geração de caixa deve ser no curto e médio prazo;
  • Números de pró-labore dentro da realidade de mercado;
  • A projeção de faturamento deve ser pé no chão, considerando o worst case scenario (pior caso possível);
  • As despesas devem ser bem elencadas e pensadas. O empreendedor deve tentar não deixar nada de fora para evitar surpresas;
  • Dedicação integral do empreendedor e foco;
  • Não dou “balão de oxigênio” imediato para garantia de um resultado prometido;
  • Se o negócio ainda está no papel, precisa da mesma forma ser bem dimensionado em relação ao tempo de desenvolvimento e geração de caixa.

Fico muito triste quando percebo uma empresa Startup que não tem nenhum cliente e nada pronto, mas tem várias assinaturas de fundos ou instituições. Seus projetos (na realidade) dificilmente sairão ao mercado ou do papel, simplesmente porque o projeto é lindo do ponto de vista do plano de negócios e das planilhas, mas inviável na prática.

E isso acontece por vários motivos, seja porque é apenas um lindo sonho de ser a “pólvora” ou ter o sucesso do “FaceBook”, seja porque perdeu o “timing”, seja porque o empreendedor não terminou de desenvolver o produto, seja porque se acomodou com o recursos de origem mensal garantida (confundindo com salário) ou simplesmente porque o mercado mudou e a idéia precisa ser ajustada ou renovada, mas de preferência, claro e sempre, com um novo aporte financeiro.

Comparar alguns empreendedores a funcionários públicos (nada contra eles) que tem garantia de “salário” pode ser até exagero da minha parte, mas o que estou vendo no mundo das Startups é muita gente encostada, aguardando uma oportunidade de conseguir o “Recurso dos Deuses“ (cash, grana, dinheiro, investimento). Será que estamos transformando nossos empreendedores em “funcionários públicos”?

Meu avô, no passado distante, dizia: “Ganha dinheiro quem trabalha sentado”. Hoje a realidade é outra. Ganha dinheiro[bb] quem trabalha muito, andando ou correndo atrás. É o clássico “Tire a Bunda da Cadeira” ou simplesmente #TBC. Pense nisso e vamos discutir mais e melhor o assunto? Deixe sua opinião no espaço de comentários e fale comigo também no Twitter: @JoaoKepler.

Foto de sxc.hu.

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Este artigo foi escrito por João Kepler.
Investidor Anjo, membro da Anjos do Brasil; Finalista do prêmio Spark Awards como Investidor Anjo do Ano; Conhelheiro da GCSM Global Council of Sales Marketing; Associado e Mentor na Seed Investimentos e Participações; Mentor e Cotista na Aceleradora Start You Up; Investindo em mais de 10 StartUps; CEO na Plataforma B2B de Internet Ticketing @ShowDeIngressos; Blogueiro e Colunista de diversos Portais no Brasil,; Palestrante internacional; Empreendedor Serial; Especialista em Comércio Eletrônico, Marketing Digital, Empreendedorismo Digital e Vendas; Escritor e autor de Livros e DVD´s, como: “Vendas 3.0″, “O vendedor na Era Digital” e “Vendas & Atendimento”; Incentivador do ecossistema empreendedor no Brasil; Espalhador de Ideias Digitais e Melhores Práticas em Negócios.
Este artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
A reprodução deste texto só pode ser realizada mediante expressa autorização de seu autor. Para falar conosco, use nosso formulário de contato. Siga-nos no Twitter: @Dinheirama

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